Tuesday, January 13, 2009

Somos filhos de Deus



O que é esse grande caos que reina em nosso tempo? As pessoas mal se conhecem. A população cresce e se encarcera. Formam-se enormes cubículos sociais. A é alta, B é média e C é baixa. A segregação é visível nas taxações e a possibilidade de ascensão das camadas economicamente inferiores é remotamente baixa.

O diálogo, que por tanto tempo foi cultivado, torna-se restrito às superficialidades e conveniências tecnológicas. As letras são vistas no computador e a pessoa é ouvida através do celular. O contato humano, o calor da aproximação é perdido. Éramos capazes de sentir a emoção do outro. Agora, tentamos adivinhar intenções que são quase sempre voltadas para interesses estritamente particulares; sem nenhuma vinculação com o todo.

O sentimento de ser um ser humano é perdido. Cordialidade, respeitabilidade, amabilidade, entre outros, deixam de partir do ímpeto sadio do coração e se transformam, forçosamente, em traços da chamada boa civilidade. Refreamos algumas atitudes, pensamos em outras e agimos com a intenção de obter resultados. Somos reflexo do sistema e nosso pensamento é codificado e processado de acordo com a realidade em que estamos inseridos. Ridicularizamos ou olhamos com estranheza tudo aquilo que não pertence a nossa realidade que insistimos de chamar de a verdadeira.

É difícil saber se o problema está no sistema. Mas o sistema é criado pelas pessoas. Então, existem aqueles que impõem sua visão de mundo para a sociedade em que vivem. Num infinito de realidades, seguimos as idealizações de alguns. O caminho para o bem estar passa a estar no caminho de outro. Caminhos e pessoas são diferentes. Atalhos não servem para todos. O pensamento nos causou desgaste. Seguimos idéias e esquecemos os conselhos do velho e bom coração. O coração é universal. Ao buscar em si respostas o homem obterá semelhantes resultados para a busca da harmonia e da paz. O homem saberá ao buscar em si que deve resgatar o que foi perdido e desgastado de sua relação com o outro. O homem de nosso tempo deve deixar aquilo a que chama de propriedade privada possa dar a entender que aquele espaço é só e somente só seu. Somos todos filhos da natureza. Somos dono de imensos e ao mesmo tempo estreitos direitos. O que importa é que nosso direito termina onde começa o direito do outro. Devemos resgatar os laços de irmandade. Todos nós somos filhos de Deus.

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