Thursday, July 07, 2005

A moral: um Bem ou um Mal?

A moral como forma de manipulação do caráter do ser humano é apenas uma preocupação, e uma instigação do pensamento, desnecessária. Dever-se-ia ponderar sobre o que realmente é o homem, e o que ele poderia beneficiar direta ou indiretamente à sua volta.

Regrar o instinto humano significa domá-lo, mas isso não significa que a fera, dentro de cada um de nós, se acalme e que deixe de ser instintiva com o meio à sua volta. O homem, assim como qualquer outro animal, nasceu para ser livre, mas a inteligência foi um meio evolutivo que o fez se sentir preso. De se sentir preso na sua própria liberdade.

Com quê intuito surge a moral? Talvez seja o de tornar o homem submisso. A moral criada para regrar o homem surge na verdade com o intuito de torná-lo mais vulnerável e mais alienado a decisões que o colocassem no front da batalha das classes, da ganância e do poder.

A moral vive das crises sociais e, das convivências pessoais de cada indivíduo. Busca no cotidiano, exemplos plausíveis para a sua enorme capacidade de se transmutar a cada experiência e demonstrar como os valores poderiam ser a mais pacífica forma de contornar situações difíceis e que exigiria maior boa vontade e complacência por parte do ser humano.

Como seria a humanidade sem a moral? Questionaríamos a humanidade com a moral, porque é a única dedução que teríamos dos acontecimentos à nossa volta, todavia, a moral está impregnada nas nossas mentes e nos nossos atos desde o nosso nascimento. É uma marca registrada de uma determinada cultura, é a maneira mais fácil de “identificação” do indivíduo.

Talvez a inteligência trouxe a moral como alavanca do aprimoramento dos primitivos, e assim fez com que estes se sobrepusessem aos limites impostos pela seleção da natureza. Honrar os mortos, cultuar e respeitar divindades foram os primeiros passos para isso. A moral colocou o homo sapiens no topo da cadeia alimentar. Este passou a ser o mais letal entre os predadores.

A moral fez com que os homens passassem a se respeitar e que houvesse o espírito de humanidade dentro de cada um deles. Claro que se traduzindo para o contexto atual ou simplesmente analisando-se a história, comprovaríamos uma clara contradição. A moral pôde, e provavelmente poderia continuar, a tornar o homem mais civilizado, mas em troca desse progresso muito sangue foi derramado e a vida por muitas vezes chorou.

A moral pode ser um regresso ou um progresso, pode ser boa ou ruim, destrutiva ou benévola. A moral é uma ferramenta, e como uma, pode ser usada e descartada. Mas cabe ao ser humano postar-se a seu favor ou contra, ou manter uma posição sobre o verdadeiro intuito de sua criação.