Friday, June 03, 2005

A dor que faz a arte





Se versos lindos de um poema triste
refletissem com eficácia toda a minha dor,
eu faria de um belo poema
um instrumento masoquista para causar horror.

Não é a minha intenção repudiar os poemas
e todos os versos que refletem pudor,
mas é de meu jugo, e eu digo apenas...
Quão espantosa é a minha dor.

Gostaria de ter o céu como meu cúmplice,
talvez, um aliado para sofrer comigo.
Mas tal prece talvez, digo, não se cumpre.
A minha dor é agora, meu pior castigo.

Quero agora tornar explícito
quais foram as razões de tal castigo.
Talvez amar demais fosse proibido
e não ser amado fosse o motivo.

A dor de não ser correspondido corrói uma alma.
Destrói seus sonhos e suas aspirações.
Esse foi o veredicto dos céus:
Morrerei no leito das imaginações.


4 comments:

Anonymous said...

Gostei do poema porque volta-se par o intrínseco de uma pessoa. Porém algo tão profundo como a dor não pode impactar apenas em um estrofe. Dessa forma superficial que foi apresentada eu receito para os depressivos um suco forte de maracujá e para o eu-lírico água-com-açucar para curar o ultra-romantismo. Vai ser melhor do que Doril, "tomou a dor sumiu".

Anonymous said...

Sobre o texto "O que é Praxis", a diferença básica sobre teoria e prática é que a teoria está no campo das idéias, do imaginário enquanto a prática no campo da ação, do material. A praxis só existe na prática, mas nem toda pratica é praxis, pra ser praxis a prática não precisa necessariamente alcançar o seu objetivo, o resultado final pode ser completamente diferente do traçada inicialmente, mas precisa alterar a matéria-prima, suas propriedades físico-químicas e.t.c.

Anonymous said...
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